terça-feira, 28 de outubro de 2008

Wagner impõe condições ao ministro Geddel

O governador Jaques Wagner enquadrou o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e, em conversa de mais de três horas, na segunda-feira, 27, à noite, no Palácio de Ondina, deixou claro ao ministro que se ele pretende disputar o governo do Estado em 2010 não há como o PMDB permanecer na base do governo.

Wagner também está alerta, depois das eleições, quanto a uma eventual participação do DEM na futura administração de João, considerada incompatível com o projeto de governo e a aliança que ele construiu em 2006, quando derrotou o ex-PFL após um período de 16 anos no poder.

A convocação do ministro Geddel para um conversa foi feita pelo governador, com o intuito de evitar que o tensionamento na relação do PT com PMDB, depois que João Henrique assegurou sua reeleição com o apoio do Democratas, crie algum constrangimento, hoje, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Salvador.

“Foi uma conversa muito franca, em que os dois colocaram os seus pontos de tensão em relação ao que aconteceu durante o processo eleitoral. Ambos reconhecemos que temos feridas que precisam ser tratadas”, disse o governador, adiantando que esta foi uma primeira conversa, porém não conclusiva. “Depende dos próximos acontecimentos”, assinalou Wagner, sem afastar o fantasma de um rompimento com o seu principal aliado.

O tom elevado durante a eleição municipal, com ataques do prefeito João Henrique, que chamou o governo do Estado de “lerdo” e “incompetente”, e revides por parte do governador, definindo o prefeito como “covarde, mentiroso e traidor”, ganhou ingrediente explosivo com o apoio costurado pelo ministro Geddel Vieira Lima com o DEM do deputado federal ACM Neto e do ex-governador Paulo Souto.

Parceria que abre espaço para a construção de uma nova força política na Bahia e credencia o ministro, cujo partido é detentor de 116 prefeituras além de Salvador, para disputar o governo do Estado em 2010.

A TARDE não conseguiu falar com o ministro Geddel Vieira Lima, apesar das inúmeras tentativas que fez para o seu celular. Mas o governador relatou que o ministro reafirmou que o seu projeto para 2010 é concorrer a uma das vagas ao Senado e que o seu o partido, o PMDB, tem interesse em continuar na base do governo estadual.

O ministro tem dito, no entanto, que a parceria que o PMDB fez com o PT em 2006 foi uma aliança, não uma fusão. “Essa aliança deve ser pautada pela lealdade, mas não pela submissão de parte a parte”. É essa lealdade que está sendo colocada em xeque com proximidade do PMDB e DEM.

Patrícia França, do A Tarde
Fonte: A Tarde online

Um comentário:

Anônimo disse...

parabéns por socializar esta informação
beijo minha querida "brilhante futura jornalista"

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