terça-feira, 1 de abril de 2008

Legalização em prol da vida

Pesquisas divulgadas no ano passado indicam que 51% dos brasileiros não concordam – em nenhuma hipótese - com o aborto. No entanto, esta mesma pesquisa informa que em casos de estupro ou de gravidez de risco o número dos brasileiros que concorda com o aborto passa de 70%. Ainda segundo o levantamento, no mundo 68,26% dos países permitem o aborto assistido, ou seja, têm a prática do aborto legalizada. Nestes países o número de mortes em decorrência de abortos caiu consideravelmente, entre eles estão Estados Unidos, Japão Inglaterra e Austrália.

O catolicismo condena o aborto, em qualquer estágio, desde o século IV e não dá nenhum indício que aponte uma mudança de opinião futura. Porém, os evangélicos e demais religiões demonstram maior flexibilidade acerca do tema aceitando, em alguns casos, a interrupção da gravidez.

O Projeto de Lei 1.135/91, que prevê a descriminalização do aborto no Brasil, tem gerado polêmica. A falta de planejamento e os abortos feitos de forma irregular - e insegura, aumentam o índice de mortalidade das mães. Por conta disto, o tema traz à tona um enorme debate: Legalizar ou não o aborto?

Autoridades continuam discutindo o tema e até o momento não houve resolução para a questão. Enquanto isso, as mulheres brasileiras, continuam - de forma precária, absurda e cruel – se deixando levar por falsos médicos, curandeiros e clínicas de péssima qualidade. Com a descriminalização do aborto a tendência é que o número de mulheres, que podem morrer por conta desta prática, seja reduzido. O risco de morte permanecerá existindo, mas com o acompanhamento médico, a possibilidade de a gestante vir a falecer será bem menor.

O governo precisa investir mais em educação e saúde. Educação para evitar que meninas e mulheres engravidem, antes da hora ou sem desejar e saúde para garantir que, no caso da decisão por um aborto, a gestante seja devidamente assistida e não corra nenhum risco de vida.

Os hospitais públicos, que atendem a maioria da população, devem estar preparados para prestar o devido atendimento às gestantes que desejarem interromper a gravidez. Isso não é o que acontece hoje. O investimento do governo ainda está muito aquém do desejado.
O que precisa ficar claro é que a mulher tem o direito de decidir sobre o rumo que deseja dar a sua vida, inclusive, sabendo dos riscos que corre. A legalização do aborto evita que crimes absurdos ocorram contra mulheres que apenas tomaram a decisão de não dar a luz a filhos indesejados, que possivelmente serão abandonados.

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