segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O peso do petróleo no seu bolso

O aumento de 85% em apenas um ano deve refletir em toda a economia


Juliana Geambastiani

Pouca gente sabe, mas brinquedos, mochilas, pneus, tubulações, calçados, garrafas descartáveis, sacolas plásticas, gasolina e muitos outros produtos são derivados de uma mesma matéria-prima: o petróleo, considerado a maior fonte de enegia do Planeta. Portanto, falar em aumento do preço do barril de petróleo significa dizer que muita coisa vai mudar.

Os consumidores devem esperar a elevação dos preços, inclusive na cesta básica. Da lavoura ao consumidor há o transporte dos alimentos e o combustível pode influenciar diretamente no valor das mercadorias. O preço do petróleo pode influenciar até na construção civil (em função do minério de ferro), uma das áreas que mais empregam hoje no País. O aumento divulgado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), de 85% no barril de petróleo, de maio de 2007 a maio de 2008, já está mexendo e poderá mexer ainda mais no bolso do consumidor.

“A Petrobras ficou mais de dois anos sem reajustar o preço da gasolina e do diesel, só vindo a fazer em 2008, buscando reduzir a diferença entre o preço interno e os preços internacionais”, explica o economista Ivan Gargur. Para ele, a empresa não poderá arcar com os custos durante muito tempo e o resultado disso pode ser a volta da inflação. Para a gerente regional interina de Comunicação Institucional da Petrobras no Nordeste, Ruth Persson, “como empresa integrada de petróleo, atuante em todas as fases da indústria, não precisa seguir rigorosamente e em curto prazo a instabilidade dos preços internacionais, porque eventuais reduções de margem em um segmento são compensadas por outros”.

Especialistas apontam quatro causas para aumento do preço petróleo. O primeiro seria a desvalorização da moeda americana. Com o dólar mais barato, cresce a procura pelo petróleo e o preço sobe. A segunda são os conflitos existentes no Iraque e na Nigéria. A terceira está relacionada ao crescimento da economia de países como China e Índia, que agora usam mais petróleo. Por fim, há a própria especulação financeira. “O contrato de petróleo passa a ser uma alternativa de investimento, principalmente depois da crise no mercado imobiliário norte-americano”, acrescenta o economista.

Há também o problema do esgotamento das fontes. Embora haja controvérsias, cientistas estimam que o petróleo possa se extinguir em 70 anos e que as consequências disso devem ser sentidas bem antes.

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