Dor e Fé

Aos cinco anos de idade, no auge da infância, uma linda menina tem sua vida interrompida brutalmente ao ser esganada e jogada do sexto andar de um prédio. Os responsáveis por esta barbárie: seu pai e sua madrasta.

A partir dessa tragédia, uma jovem mãe ver a sua vida mudar radicalmente, quando tem a única filha arrancada de sua convivência, sem ao menos uma oportunidade de despedida. Como suportar tamanha dor e sofrimento?

Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, demonstra sobriedade. Está bem e superando, na medida do possível, a morte da filha. Mas até que ponto tanta dor e sofrimento podem ser apagados? Como as pessoas, que perdem de forma cruel e abrupta um ente querido, conseguem superar?

Católicos, espíritas, budistas, evangélicos e outros religiosos, se apegam a fé e buscam algo maior para superar a dor. A religião não muda o acontecimento, mas ajuda, e muito, a superar o momento difícil. A pessoa deposita toda sua fé e esperança na religião, que os conforta com palavras mensagens positivas e esperançosas.

Com a mãe de Isabella não foi diferente. Buscando força na religião, Ana preparou várias missas realizadas em homenagem a filha. Católica declarada fez questão de participar ativamente das cerimônias religiosas. Vestida sempre com uma camisa branca, estampada com a foto de Isabella, ela rezava, chorava, recebia o carinho de todos, muitos que nem a conheciam, mas estavam ali para compartilhar da sua dor.

Em sua página de um famoso site de relacionamento, colocou uma mensagem em homenagem a filha. O texto, de cunho espírita, trazia uma mensagem de esperança. A mensagem pedia que o ente querido não fosse esquecido e que fosse lembrado como era em vida. Era como se a doce Isabella estivesse mandando um recadinho a sua mãe e a sua família.

Está funcionando. O apego a religião, em momentos de grande perda, vem ajudando pessoas a superar sofrimentos. Ana Carolina de Oliveira é apenas mais uma mãe, que sangrando, busca amenizar seu sofrimento e consegue ajuda emocional na religião.